Beija-se a nuca, acaricia com ternura o peito.
Exarca de desejo os lábios cálidos de dois amentes, dois fieis perpétuos de momentos ilícitos de puro desatino, de puro calo denso de sangue fervido. Arrebata, com força, a mente boba de delírios irracionais, e depois esgota, devido a pouca tinta, as listras perdidas das nossas deslisantes despedidas noturnas, pelas costas, pelas dunas.
Filtra-me os sonhos calejados pelo tempo remoto da vida, já esquecida em cima de um palco mistico, encenado por atores por meio de paráfrases soltas de poetas loucos e dementes. Sortudos são aqueles que amam, já os desprovidos de sorte são aqueles que apodrecem por medo, por frieza, por estupidez, por causa própria e por incerteza das desconfianças, que oriundas da paixão, estraçalham, sem comoção, o peito.
Desgastantes silabas repetitivas das correntes enferrujadas da prisão, da imensidão, da escuridão. Já os moinhos ainda se estremessem sozinhos e celebram o pôr-do-sol mais lindo, acompanhados simplesmente da inconstante brisa que adquire sinônimo de melancolia, perdidos em uma noite fria.
Desfaz o tempo, quase um complexo, desfaz a infância. É hora de tornar-se maduro o suficiente e dilacerar as vísceras mortas que só atrapalham o curso da evolução e se envolver uma vez por todas, por completo, pela essência das pragmáticas razões incrédulas, de dois seres a se deliciar com uma valsa francesa, na grandiosidade das trocas esbeltas de carinho e de, mais uma vez, ternura.
Redimensiona as raízes da nossa dança, e no meio de olhares perdidos, vai-se crescendo e distribuindo nuances paralelos de verbetes e ações cristalizadas de puro clichê romântico. Foi-se o começo, mas que seja o começo eterno, do muito de coisas simples, e do pouco de coisa pouca, sem valia, sem lembrança... O todo é apenas a libidinosidade de estar com você - o todo é vontade.